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IBD - Espectros de Marx

DERRIDA, JACQUES
IBD - Espectros de Marx Impresión bajo demanda
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IBD - Espectros de Marx

DERRIDA, JACQUES

Será sempre uma falta nÛão ler e reler e discutir Marx. Quer dizer, também alguns outros e para além da leitura ou da discussÛão de escola. Será cada vez mais uma falta uma falta à responsabilidade teórica, filosófica, política. Uma vez que a máquina de dogmas e os aparelhos ideológicos marxistas (Estados, partidos, células, sindicatos e outros lugares de produÛçÛão doutrinal) estÛão em vias de desapariÛçÛão, nÛão temos mais desculpa, somente alibis, para nos desviarmos desta responsabilidade. NÛão haverá porvir sem isso. NÛão sem Marx nÛão há porvir sem Marx. Sem a memória e sem a heranÛça de Marx: em todo o caso, de um certo Marx, do seu génio, de pelo menos um dos seus espíritos. Porque, tal será a nossa hipótese, ou antes o nosso parti pris: há mais de um, deve haver mais de um. J. Derrida, Espectros de Marx, p. 39 O trabalho de leitura dos textos de Marx nÛão é o que mais conta. [] O que é mais actual, o que me levou a levantar o tom, na forma de uma tomada de posiÛçÛão política, é a impaciÛªncia crescente que sinto, e que creio nÛão ser o único a sentir, diante desta espécie de consenso, ao mesmo tempo, eufórico e caricatural que invade todos os discursos. [] Toda a referÛªncia a Marx se tornou de certa maneira maldita. Pensei que havia nisto uma vontade de exorcismo, de conjuraÛçÛão, que merecia ser analisada e que merecia também que nos insurgíssemos. De uma certa maneira, o meu livro [Espectros de Marx] é um livro de insurreiÛçÛão. É um gesto aparentemente intempestivo, que vem a contratempo. Mas a ideia de contratempo está no coraÛçÛão do próprio livro. [] E, o que se espera sempre que se faz um gesto a contratempo, é que ele chegue a tempo, no momento em que se o sente necessário. J. Derrida in "Le Nouvel Observateur", 21 de Outubro de 1993.

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